Na última segunda-feira (25), o Sindsaúde esteve na Casa Civil, em audiência com a secretária-chefe do Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha, e os secretários estaduais de Planejamento, Gustavo Nogueira, e da Saúde, Ricardo Lagreca. Além do Sindsaúde e a assessoria jurídica do sindicato, uma comissão representada por servidores da saúde também participaram da reunião, que discutiu a pauta de reivindicações dos servidores estaduais e municipalizados, enviada ao governo em abril e já discutida no inicio desse mês com o secretário de Saúde.
Antes de discutir a pauta, o Sindsaúde apresentou em slides as tabelas atuais dos níveis, jornada especial, GAE e os salários bases. Segundo o secretário de Planejamento, os números apresentados o deixaram surpreso, pois "não tinha a dimensão do tamanho das perdas que os servidores sofreram".
Em seguida, foi discutida a pauta de reivindicações da categoria que contém 16 itens. A pauta reivindica reajuste salarial de 27%, conforme cálculo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), referente a perdas dos últimos anos e ganho real, e isonomia aos aposentados e servidores municipalizados, que estão há quatro anos sem reajuste e acumulam perdas de 61%. Entre os pontos exigidos estão ainda a implantação imediata das mudanças de nível vencidas desde 2012, a tabela de qualificação, um novo concurso público para combater a sobrecarga nos locais de trabalho e a garantia de abastecimento de materiais e medicamentos nos hospitais.
O secretário de Planejamento alegou que o estado do RN está passando por um desequilíbrio e uma crise na economia. “Estamos com gastos que a receita não reage”, disse Gustavo.
Sobre a pauta dos municipalizados, o secretário não apresentou nenhuma possibilidade e ainda soltou piada: “Mandem eles virem para o estado que eu pago com maior prazer!”, afirmou.
Após serem questionados pelo sindicato que a crise do estado não deve ser descontada nos trabalhadores, os secretários apontaram algumas possibilidades. “Nós sabemos que o estado vive uma crise, pois somos nós trabalhadores que estamos sendo sacrificados, pagando essa conta. Mas nós não causamos essa crise econômica, é preciso que o governo apresente respostas às nossas reivindicações sem retirar nossos direitos”, afirmou Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde.
Gustavo Nogueira avaliou que enxerga possibilidades que podem ser avançadas. “Essa é uma pauta grande, mas que têm várias questões que entendemos que são direitos dos servidores. Vamos realizar uma avaliação para apresentar novamente a vocês”, disse.
O Sindsaúde cobrou uma nova reunião para o dia 3 de junho, no gabinete civil para que o governo apresente respostas sobre a pauta e ainda exigiu a presença do governador Robinson Faria.
“É necessário que a gente saia daqui com um prazo definido, pois essa pauta não deve ser encarada como algo em longo prazo. As necessidades da categoria são urgentes e o governo tem que dar respostas logo, pois isso exigimos que Robinson esteja na próxima reunião”, disse, Rosália.
Os servidores da saúde têm uma assembleia nesta sexta-feira (29), com indicativo de greve e participarão do Dia Nacional de luta, com paralisação durante o dia.