Na manhã desta quarta-feira (13), os servidores do hospital Ruy Pereira dos Santos, em Petrópolis, realizaram um ato público contra a sobrecarga de serviços e por condições de trabalho. O protesto reuniu também acompanhantes que deram depoimentos de como são as condições de atendimento no hospital.
Assim como em outros hospitais da rede estadual, o Ruy Pereira sofre com a falta de medicamentos e de materiais básicos. Falta esparadrapo, gaze, fita e até mesmo medicações usadas para aliviar as dores dos pacientes. Em todo hospital, falta até sabão para uso comum.
Os acompanhantes estão tirando do próprio bolso para comprar remédios que faltam. Mas, existe solidariedade entre pacientes e acompanhantes, aqueles que não tem condições de comprar a medicação, muitas vezes recebem emprestado de outro paciente.
Para Elizabeth Darc, acompanhante de um paciente internado desde o dia 10 de abril, o atendimento é bom, mas é preciso trazer tudo de casa. "Para manter o banheiro limpo, tenho que trazer o material de limpeza da minha casa. Cadê esse governo que não diz assim: Vou dar prioridade à saúde! Todos que entram na política, prometem o céu e as estrelas quando passa a política, pronto, esqueceu o pobre que é o que mais precisa dentro da saúde. Eles têm como manter o tratamento deles, vão pra São Paulo, vão pra todo canto.E a gente vai pra onde, que não tem?", desabafou.
O descaso é tão grande, que um paciente precisou ficar sem o banho durante 24 horas porque não tinha gazes para fazer os curativos.
Para Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde, a falta de equipamentos é desde a época que o prédio funcionava como o Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Rio Grande do Norte (Itorn). “O Hospital Ruy Pereira é uma fachada. Na época do governo Rosalba, foi alugado esse prédio para atender os interesses dos seus agentes de campanha e não da população. O hospital é conhecido por referência ao tratamento contra a diabetes, mas a unidade também é responsável pelas cirurgias vasculares destes doentes para evitar que eles percam alguma parte do corpo, porém eles não estão realizando e isto culmina no aumentando as amputações”, disse Rosália.
O ato faz parte do calendário de atividades da campanha salarial, aprovado na última assembleia dos servidores do estado, no dia 7 de maio.