Na manhã desta segunda-feira (04), o Sindsaúde-RN realizou uma reunião com os servidores da Sesap, para apontar medidas sobre a situação que se encontra o prédio da secretaria. A reunião ocorreu no hall do 2° andar e cerca de dezesseis servidores estiveram presentes. Foram discutidas algumas medidas imediatas diante dos riscos que os servidores enfrentam diariamente. Uma delas é mobilizar todos os setores do prédio com panfletos para alertar sobre os prejuízos ao bem-estar aos trabalhadores e os riscos de vida que eles estão passando.
Nesta terça-feira (05), haverá uma audiência com o secretário de Saúde, Ricardo Lagreca sobre a pauta de reivindicações da campanha salarial dos servidores do estado e um dos primeiros pontos a ser discutido será a interdição do prédio da Sesap. Na última quinta (30), quando houve o vazamento, o secretário informou à diretoria do Sindsaúde que iria solucionar o problema e que precisaria de um prazo de 3 meses para alugar uma nova sede para a Sesap. A reunião tirou uma comissão de três servidores para participar da audiência para apresentar ao secretário um prazo de trinta dias para mudar de local.
Para Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde-RN, o prazo que o secretário apresentou é muito longo: “Os servidores não podem estar expostos ao risco de vida. Três meses é muito tempo, é a vida de trabalhadores que estão em jogo. Não podemos esperar! precisamos de uma nova medida imediata, e para isso, é necessário interdição do prédio já!“, afirmou Rosália.
Nelson Albuquerque, servidor da Sesap há 26 anos, sempre trabalhou no prédio e afirmou que o descaso sempre aconteceu. “O descaso em relação a esse prédio sempre aconteceu, existem muitos problemas estruturais que já deveria ter interditado. Os servidores bebem água no bebedouro que foi comprado há 14 anos. A dedetização é realizada e não é feito nenhum comunicado aos servidores, a gente vem trabalhar no outro dia como se nada tivesse acontecendo”, afirmou.
Para a servidora Leila, o maior medo é perder a vida pelo descaso dos outros e comparou a situação do prédio da Sesap com o Edifício Joelma, em São Paulo, onde ocorreu um incêndio em 1974 e que provocou a morte de 191 pessoas e deixou mais de 300 feridas. “Eu entro no prédio todos os dias com medo, sem saber se vou voltar pra casa, as pessoas acham que estamos exagerando, mas exagero é continuar nessa situação. Está em jogo a vida dos trabalhadores e não do secretário Lagreca e do governador Robinson”, desabafou a servidora.
Na última semana, o prédio foi esvaziado duas vezes com a suspeita de vazamento de gás. Na última terça (28), foi constatado que o vazamento foi causado por uma válvula de um botijão de gás instalado na cozinha do 6º andar. Já o vazamento de quinta (30), ainda não se sabe o motivo, mas tudo indica que ocorreu o mesmo problema, devido ao forte cheiro de gás.