Na manhã desta sexta-feira (24), os servidores do hospital Santa Catarina, na Zona Norte de Natal, realizaram um protesto contra a falta de pessoal, a superlotação e por condições de trabalho. O ato faz parte da campanha salarial deste ano e ocorre dois dias após os servidores do Deoclécio Marques pararem por uma hora as atividades. Enquanto o ato ocorria, duas ambulâncias estavam presas, por falta de macas, e um acompanhante denunciou a falta de medicamentos e de atendimento para a sua neta.
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Participaram servidores da Enfermagem, da Nutrição e da Radiologia. Em todos os setores, o ponto mais destacado é a falta de pessoal, que têm levado à sobrecarga e o adoecimento dos servidores. No Pronto Socorro Obstetrício (PSO), inaugurado há apenas seis meses, o déficit de profissionais faz com que partos já tenham sido feitos no corredor e até sem médicos. A Sesap não garante a quantidade de médicos e profissionais necessários e os poucos médicos ficam em outro local, no Centro Obstetrício (CO).
A nutrição vive situação parecida. A falta de pessoal faz com que a equipe já pense em parar as atividades. “Não dá pra continuar desse jeito. Se não resolverem o jeito vai ser reduzir a alimentação, garantindo apenas a dos pacientes”, alerta Joseneide Santos, servidora do setor.
“Os governos estão jogando a crise nas costas da saúde e da população”, afirmou Edgar Aurino, do Sindsaúde-RN. “Eles não dependem da saúde pública, são atendidos em hospitais privados. E querem reduzir os nossos direitos e aumentar a terceirização, para garantir os lucros das empresas. É preciso uma greve geral nesse País”, afirmou.
‘Profissionais pela metade’
Servidoras também aproveitaram o ato para exigir da direção do hospital e da Sesap a garantia de duas salas de repouso para a enfermagem. “Somos 87 profissionais, e ainda somos poucos para o hospital. Mas só temos uma sala, de menos de 5 metros, para homens e mulheres. Como fazemos para trocar de roupa? Na frente dos homens?”, questionou uma técnica de enfermagem.
As servidoras denunciaram ainda que o diretor do hospital, Jaime César, disse que não teria como garantir mais uma sala e que a Enfermagem deveria se contentar com o que tem, pois “em outros lugares é pior”. “Ele nos ouviu, mas não basta ouvir, tem que resolver o problema”, afirmou uma técnica de enfermagem, que afirmou ainda que o projeto original previa alojamentos separados, mas que o espaço foi destinado aos profissionais de nível superior. “Somos o que? Profissionais pela metade?”, questionou.
A coordenadora-geral do Sindsaúde, Simone Dutra, denunciou a falta de condições de trabalho no hospital e ainda o assédio moral contra os servidores. “Nossa campanha salarial tem que levar a campanha pela eleição direta para diretor de unidade!”, afirmou, bastante aplaudida.
Os servidores do Santa Catarina participam de assembleia geral da categoria no dia 07 de maio, para discutir os próximos passos da campanha salarial. Na próxima semana, no dia 30, outra assembleia, às 09h, no Sinpol, elegerá os representantes dos hospitais estaduais da Grande Natal para o Congresso da CSP-Conlutas.
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Posted by Sindsaúde-RN on Sexta, 24 de abril de 2015