Na manhã desta quarta-feira (22), os servidores do Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, realizaram um ato público e paralisação de advertência. Os servidores cruzaram os braços por uma hora para dizer que não dá para trabalhar nas condições de trabalho desumanas. Além dos servidores, estiveram presentes moradores e usuários da rede pública de saúde, que também mostraram sua indignação com a situação de abandono do Deoclécio.
Para Aldemir, técnico de enfermagem, devido a falta de pessoal, é difícil oferecer serviço de qualidade a população. “A gente tem feito de tudo, se esforçado, mas infelizmente não dá para fazer um serviço de qualidade nessas condições. A gente fica sobrecarregado, o estresse é muito grande. E Nesse momento precisamos juntar forças e nos unir. Porque parar é a única solução, não vamos ganhar nada sendo herói do estado, nós temos que trabalhar em condições humanamente possível”, desabafou o servidor.
Os servidores estão sofrendo com a sobrecarga de trabalho e a falta de pessoal no hospital. Há servidores que trabalham até 48 horas seguidas, dobrando plantões. Os técnicos de enfermagem estão atendendo 18 pacientes na clínica cirúrgica e na Clínica Médica a situação também não é diferente, são 12 pacientes por profissional. Os corredores do hospital estão lotados de pacientes, as macas já viraram leitos, com cartazes com os nomes dos pacientes colados na parede. Nesta quarta (22), registramos mais de 50 pacientes nos corredores, dentre eles, uma criança e vários idosos.
Para Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde, a situação da saúde está desse jeito “porque o governo Robinson Faria está dando continuidade ao caos que Rosalba deixou”, Simone propôs fazer uma campanha SOS Deoclécio Marque e estabelecer um processo de luta, a partir da paralisação dessa quarta (22). “O governo de Robinson Faria está dando continuidade ao caos que Rosalba deixou, e está aprofundando os problemas da saúde. Com certeza esta havendo redução de investimento na saúde, porque falta material, os profissionais estão indo embora, porque não é suficiente fazer concurso público, tem que fazer concurso e pagar um salário digno e dar condições de trabalho”, afirmou Simone.
Ao final do ato e da paralisação, foi tirada uma comissão com seis pessoas, dentre elas, moradores da região, servidores da saúde e a direção do Sindsaúde, para se reunir com a direção do Deoclécio Marques. A reunião aconteceu logo após o ato e contou com a presença da Diretora Denise Aragão, as coordenações dos setores e o Deputado Estadual Carlos Augusto. Na reunião se discutiu soluções para os problemas do hospital e foi encaminhada uma nova reunião com a presença do secretário estadual de Saúde, para ser agendada. Foi também proposto por Simone Dutra, uma audiência no ministério público para pedir a imediata abertura da UPA de Parnamirim. Além disso, a direção do Sindsaúde irá escrever um documento com as principais exigências para entregar ao secretário de Saúde.
Confira a galeria de fotos do ato e paralisação no Deoclécio Marques
Os servidores do Hospital Santa Catarina também farão ato público nesta sexta-feira (24)
Dentro do calendário de atos públicos nos hospitais, haverá também, nesta sexta-feira (24), um ato público no hospital Santa Catarina, na zona norte de Natal. Os servidores do hospital irão denunciar a falta de condições de trabalho, a sobrecarga de serviços e o assédio da atual direção, dentre outras reivindicações.