Os servidores do Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, farão um ato público e uma paralisação de advertência de uma hora nesta terça-feira, 22 de abril, a partir das 10h. O protesto foi aprovado na assembleia da campanha salarial do estado e faz parte de um calendário de atos públicos nos hospitais.
O principal motivo da paralisação é a sobrecarga de trabalho e a falta de pessoal no hospital. Neste ao, 58 profissionais recém-nomeados deixaram o hospital ou pediram para sair do estado, por conta da falta de condições de trabalho. A saída destes profissionais conseguiu tornar ainda pior o trabalho dos servidores.
A situação está insustentável. Os corredores estão o tempo todo lotados de pacientes, e as macas já viraram leitos oficiais, com cartazes com os nomes dos pacientes colados ao lado de cada uma. O cenário é de um hospital de guerra.
Com o déficit, há servidores que trabalham até 48 horas seguidas, dobrando plantões. Nos finais de semana, a situação é ainda pior. Cada técnica de enfermagem atende 18 pacientes graves na clínica cirúrgica. Na Clínica Médica, a situação não é diferente, com 12 por profissional.
A falta de pessoal condena a população à morte e leva os servidores a adoecerem. Robinson Faria assumiu há três meses, mas pacientes continuam no corredor, equipamentos quebrados e medicamentos e materiais básicos faltando. Além de não oferecer condições de trabalho e salários, o governo sequer cumpre a lei. O servidor que fica a mais além do plantão não ganha essas horas em folgas em dobro, como diz a Portaria 153, mas apenas o tempo trabalhado (12h). Os plantões eventuais que são dados simplesmente não foram pagos pela Sesap!
A sobrecarga afeta o atendimento. Uma pesquisa feita na Europa, com 26 mil enfermeiros, mostra que cada paciente a mais que um profissional assume tem mais 7% de chances de morrer. O índice deve ser muito superior no Brasil, com jornadas maiores e com hospitais sucateados.
Os governos jogam a conta da crise nas costas do servidor e da população. Por isso, neste dia 22, vamos parar por 1 hora, das 10h às 11h, com um ato público em frente ao hospital. Participe!
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