8 de março resgata em sua história a luta das mulheres por melhores condições de trabalho, pela redução da jornada de trabalho, salário igual para trabalho igual, contra a intolerância dos patrões e o direito ao voto. Foi a partir dessas reivindicações que surgiu uma onda de greves em diversos países. A greve das costureiras de Nova Iorque, em 1909 a 1910 e o incêndio de uma fábrica têxtil, em 1911, causado pela falta de segurança que matou 146 pessoas, sendo a maioria mulheres. Na Rússia, em 1917 operárias têxteis saíram às ruas contra a fome, guerra e tirania. Mas foi só em 1922 que o Dia Internacional de Luta da Mulher é celebrado oficialmente no dia 8 de março no mundo todo.
Existem diferenças do fato gerador da data. A versão mais comum é que foi em homenagem a 129 mulheres que morreram queimadas em uma fábrica, em Nova Iorque, em 1857, por fazerem greve. Mas, em uma coisa todo mundo concorda: foi através da luta das mulheres que foi possível conquistar muitas mudanças importantes, mas isso não significa que a luta para por aí. É necessário muita luta ainda para garantir mais direitos, pois apesar de grandes conquistas, a mulher ainda é tratada como minoria na sociedade.
No Brasil a opressão machista ainda se manifesta com muita força, por diversas formas: na violência doméstica, na mercantilização do corpo da mulher, na dupla jornada ou até mesmo tripla jornada de trabalho, na desigualdade salarial. A mulher ganha em média 30% a menos que os homens na mesma função e as mulheres negras ganham menos ainda.
Apesar da Lei Maria da Penha ter sido aplicada há quase dez anos, a violência contra as mulheres continua constante e cada vez maior. A cada 12 segundos uma mulher é estuprada no Brasil e a cada 2 horas uma é assassinada. Essa realidade desmente as promessas do governo Dilma na campanha eleitoral. Elas sofrem com a ausência de creches, ganham salários rebaixados, não há proteção contra as demissões. Portanto, ter uma mulher na presidência não trouxe nenhum avanço. Dilma não fez nada para reverter esse quadro lamentável.
Quando chega essa data, as lojas se enfeitam de lilás, oferecem flores, entregam bombons, fazem promoções e a data parece nem se referir a um dia de luta das mulheres. A verdade é que esse dia nada tem a ver com comércio e presentes, e só existe porque foi uma conquista das mulheres lutando ao lado dos trabalhadores. São por essas razões que no dia 8 de março não tem o que comemorar.
Para fortalecer a luta das mulheres contra os ataques do governo, é necessário unir os trabalhadores na luta contra o machismo e a exploração. Lutar contra as MPs 664 e 665, exigir creches públicas, gratuitas e de qualidade, pela legalização do aborto e por 1% do PIB para o combate à violência. O Sindsaúde-RN faz um chamado a todas e todos a participarem da construção do ato no dia 5 de março, organizado por diversos movimentos. A concentração do ato será às 15h, na Praça Kennedy, no centro de Natal.