Diante do caos na saúde pública do Rio Grande do Norte, o Sindsaúde enviou um oficio à Secretaria Estadual de Saúde contendo diversas reivindicações. A realidade de superlotação, falta de medicamentos básicos, pacientes em macas nos corredores, enfermarias improvisadas, déficit de profissionais e gestantes em trabalho de parto esperando sua vez em cadeiras é a rotina diária de pacientes e servidores dos hospitais do estado. A audiência com o secretário de saúde será no auditório da Sesap, às 10h.
Além da reunião para tratar destes pontos de emergência, o Sindsaúde também solicitou uma audiência para passar à nova gestão um resumo das negociações sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores do estado, com os compromissos assumidos e não cumpridos e os que foram vetados pela governadora Rosalba, como a tabela de qualificação, a isonomia dos municipalizados e a ampliação dos níveis da tabela.
O caos nos hospitais é resultado do financiamento insuficiente e, que mesmo assim, ainda não é aplicado. Dos R$ 40 milhões mensais que a Sesap precisaria para manter os serviços funcionando, apenas cerca de R$ 25 milhões estavam previstos no Orçamento de 2014. Mesmo assim, o repasse mensal médio foi de R$ 14 milhões, ou seja, acumulando as dívidas com fornecedores, municípios e agravando a situação dos hospitais e dos servidores, que tiveram direitos atacados. Além disso, o sistema público está sendo desmontado através de todas as formas de privatizações e por todos os governos.
Situação dos principais hospitais
O Walfredo é o único hospital do Estado habilitado em todas as especialidades, mas a falta de infraestrutura está prejudicando o atendimento aos usuários e deixando os servidores sem condições de trabalhar. Os corredores do hospital estão superlotados, há falta de leitos nas UTI’s, os equipamentos e móveis hospitalares estão em péssimas condições de uso. Os trabalhadores do hospital vivem em situação permanente de stress, suportando todo tipo de precariedade e de assédio moral.
O hospital Santa Catarina não tem obstetras no Pronto Socorro, causando um transtorno aos pacientes que precisam de atendimento. Os corredores do hospital também se encontram superlotados, houve casos em que técnicos de enfermagem fizeram partos nos corredores, com péssimas condições de conduzir o parto.
No hospital João Machado também é preocupante, sem leitos a improvisação está sendo feita nos corredores sem macas, apenas com o colchão para a acomodação dos pacientes. O ponto eletrônico não funciona, os servidores estão sem controle dos horários.
O hospital Deoclécio Marques falta materiais, insumos e medicamentos, os servidores sofrem assedio moral por parte da direção do hospital e os corredores encontram-se superlotados, chegando a ter no mês de janeiro, cerca de 60 pacientes em macas