O governo penalizará ao menos 63% dos trabalhadores demitidos, com as novas regras impostas pela Medida Provisória (MP), que altera a carência para receber o benefício do seguro-desemprego de seis para 18 meses. A MP será aplicada aos funcionários que têm menos de um ano de carteira assinada e pela primeira vez usará o benefício. (confira matéria completa sobre retirada de direitos aqui).
De acordo com estudo divulgado pelo jornal Valor Econômico, copilado de Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de janeiro a fevereiro de 2014, dos cerca de 10, 8 milhões dos demitidos, mais de 63% possuía o perfil que será atingido pela nova medida.
Apesar de o estudo ser uma estimativa, pois não abarca informações sobre se o trabalhador está sendo demitido pela primeira vez, releva a falta de compromisso do governo com os trabalhadores brasileiros, que esse ano de 2015 serão duplamente penalizados: primeiro com as demissões e segundo com a retira de direitos.
O próprio governo reconhece baixas projeções de crescimento, que já se configura em aumento das demissões – a exemplo dos metalúrgicos do ABC – e tendem a se aprofundar no setor da indústria e serviço, sendo o segundo o que mais emprega, mas também o que possui maior rotatividade – reflexo dos baixos salários e condições precárias de trabalho.
Somado a isso, a falta de apoio financeiro quando se é demitido, advindo do seguro desemprego, e que com a nova medida deixará desamparado o trabalhador, só agrava o quadro já insatisfatório.
Outro fato que também deve-se levar em conta é a faixa etária da pesquisa que revela o jovem sendo o principal afetado com as novas regras.
Os mecanismos de ajustes de contas que atacam e retiram direitos dos trabalhadores servirão para engordar o caixa do governo para que continue privilegiando os bancos e as empresas. Será destinado majoritariamente para o pagamento da dívida pública que consome metade do orçamento e é destina aos banqueiros.
“No momento que aumentam as demissões no país, o governo retira do trabalhador o pouco de apoio que ele tinha nestes momentos que, todos sabem, é o mais difícil para um pai ou mãe de família. É essa a natureza da “correção das distorções” que o governo da presidenta Dilma está fazendo”, alerta o dirigente da CSP-Conlutas José Maria de Almeida em rede social.
Com informações do Jornal Valor Econômico