A saúde do Rio Grande do Norte encontra-se em um verdadeiro colapso. Hospitais como o Walfredo Gurgel, o Deoclécio Marques, o Santa Catarina e o João Machado estão superlotados, sem materiais, alimentação e medicamentos básicos. Só no Walfredo, um dia antes da visita do governador Robinson, haviam 80 pacientes em macas nos corredores. Nessas condições de trabalho, é impossível oferecer atendimento de qualidade.
Diante desse quadro, o Sindsaúde enviou ofício ao novo secretário da Saúde, José Ricardo Lagreca, na última quinta-feira (15), solicitando uma audiência para discutir medidas urgentes para a saúde do Estado. O ofício contém diversas reivindicações, sendo as principais exigências: o fim da superlotação e de pacientes nos corredores, o combate ao déficit de profissionais acarretando sobrecarga, falta de medicamentos, de alimentação e as péssimas condições de trabalho.
Além da reunião para tratar destes pontos de emergência, o Sindsaúde também solicitou uma audiência para passar à nova gestão um resumo das negociações sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores do estado, com os compromissos assumidos e não cumpridos e os que foram vetados pela governadora Rosalba, como a tabela de qualificação, a isonomia dos municipalizados e a ampliação dos níveis da tabela.
Falta de verbas
O caos nos hospitais é resultado do financiamento insuficiente e, que mesmo assim, ainda não é aplicado. Dos R$ 40 milhões mensais que a Sesap precisaria para manter os serviços funcionando, apenas cerca de R$ 25 milhões estavam previstos no Orçamento de 2014. Mesmo assim, o repasse mensal médio foi de R$ 14 milhões, ou seja, acumulando as dívidas com fornecedores, municípios e agravando a situação dos hospitais e dos servidores, que tiveram direitos atacados.
Não falta dinheiro, mas compromisso por parte do governo. Rosalba Ciarlini dizia que não tinha dinheiro, mas teve para construir o Arena das Dunas e receber a Copa do Mundo em Natal. Ao entregar o cargo à Robinson Faria, deixou uma dívida de cerca de R$ 90 milhões com a saúde estadual. "Robinson terá que assumir essa dívida sem cortar os gastos com a saúde do RN que tanto necessita", afirmou a diretora do Sindsaúde Rosália Fernandes.
Organizar a resistência dos trabalhadores! Rumo ao XI Congresso do Sindsaúde
2015 mal começou e vários ataques já foram lançados. O governo Dilma lançou uma medida provisória retirando direitos trabalhistas e previdenciários, e restringindo o seguro-desemprego, atacando pensões, o abono salarial e o auxílio-doença. Além disso, o governo federal e os estaduais preparam cortes nos Orçamentos e ataques ao funcionalismo, para compensar o desaquecimento da economia e dos repasses.
Diante disso, é preciso fortalecer a resistência e a luta dos trabalhadores e de todos os setores explorados. No ano passado, uma série de greves e manifestações já demonstraram a insatisfação dos trabalhadores, e agora no início do ano novas lutas já começaram a ser travadas, como as manifestações contra o aumento da tarifa em diversas cidades do Brasil e a luta vitoriosa dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), que mostrou que é possível vencer e barrar as demissões.
O Sindsaúde chama todos(as) os(as) servidores da saúde para participarem do XI Congresso do Sindsaúde nos dias 13, 14 e 15 de março desse ano. Vamos unir nossas forças e fortalecer nossa luta. Participe das reuniões no seu local de trabalho, para debater as teses e eleger os representantes ao Congresso.