Os metalúrgicos decidiram em assembleia iniciar a greve por tempo indeterminado ao receberem cartas da empresa anunciando demissões. As demissões foram confirmadas quando os trabalhadores voltavam ao trabalho na última terça-feira (6), depois das férias coletivas. As primeiras demissões atingiram cerca de 800 trabalhadores, mas de acordo com dados atualizados pelos próprios operários já são mais de mil.
Frente aos primeiros ataques que o governo do PT já vem fazendo, a greve dos trabalhadores da VW é muito importante, pois sinaliza a disposição de lutar e apontar o caminho certo para o enfrentamento com estas empresas.
Além das demissões anunciadas na VW, também a Mercedes Benz em São Bernardo do Campo demitiu cerca de 250 de seus empregados que estavam em Lay Off, sem falar nas demissões que houveram no Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O empresários tentam justificar que as demissões são reflexo da queda de vendas dos automóveis no ano passado, jogando nos ombros dos trabalhadores toda a responsabilidade. Nos últimos anos as montadoras receberam mais de 27 bilhões de incentivos fiscais do governo federal e nos últimos seis anos, já mandaram mais de 30 bilhões de reais para o exterior como remessa de lucro. Portanto, os trabalhadores não podem pagar pelo lucro dos patrões.
Nesta segunda-feira (12), ocorreu o primeiro protesto contra as demissões, os trabalhadores metalúrgicos mostraram a força da unidade operária, colocando na rua mais de 20 mil trabalhadores, que tomaram a Rodovia Anchieta, em São Paulo.
A unidade é muito importante para fortalecer a luta dos trabalhadores, só assim é possível exigir do governo que pare de dar dinheiro às empresas e garanta os empregos dos trabalhadores.
Leia a Moção de apoio a greve:
O SINDSAÚDE/RN APOIA A GREVE DOS METALÚRGICOS DA VOLKSWAGEN
Essa luta também é nossa!
Nós do SINDSAÚDE/RN manifestamos nossa solidariedade aos mais de mil trabalhadores demitidos na fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo. Nos somamos a greve dos metalúrgicos contra as demissões e pela readmissão dos trabalhadores demitidos e contra toda a retirada de direitos que as empresas querem impor, como a redução salarial.
Também repudiamos a demissão de 244 companheiros da Mercedes, após o descumprimento por parte da empresa da cláusula do acordo que garante a renovação do layoff até 30 de abril.
Consideramos que os trabalhadores não podem pagar com seus empregos e direitos os lucros absurdos dessas empresas.
Repudiamos qualquer tentativa de retirada de direitos e de retrocesso na negociação coletiva e exigimos que os acordos sejam cumpridos.
Exigimos que o governo Dilma defenda os trabalhadores e proíba as demissões e as remessas de lucro para o exterior.
Por isso, nos somamos à unidade dos companheiros e das companheiras nas fábricas, na defesa do direito ao trabalho. Acreditamos que é necessário tornarmos essa luta de todo o conjunto dos trabalhadores, pois a luta contra as demissões e a luta contra os cortes de direitos trabalhistas faz parte da realidade de todos nós trabalhadores e setores mais explorados da sociedade.
Natal, 13 de janeiro de 2015.